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Caldeirão da Bolsa

Políticas para Portugal

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 21/10/2016 17:58

http://leitor.expresso.pt/#library/expr ... --e-pouco-

Questões interessantes, mais em relação ao porquê de a CGD dever ser pública, tal como a RTP. Gostava de ouvir argumentos contra (e a favor, que por aqui duvido que haja muitos.. :mrgreen: ).

Eu sou pessoalmente a favor da CGD como um banco público, a funcionar como um privado (e é por isso que não sou contra o salário do António Domingues, desde que mostre resultados! Podia no entanto ter como salário-base um salário idêntico ao do primeiro-ministro e o restante por objectivos), pois isso é o único garante que temos neste momento de ter um banco com capital português na maioria (aceitaria que se capitalizasse na bolsa desde que o Estado mantivesse a maioria). Acho que é uma questão de garantia de soberania.

Quanto à RTP, apenas sou a favor que seja pública porque, infelizmente, do que vejo nos outros canais abertos (TVI e SIC, mas mais a TVI) os conteúdos não me parecem do interesse público. Acho que a TV ainda representa um papel relevante na educação e informação dos cidadãos. Será que a RTP o faz correctamente? Acho que pelo menos faz melhor que a concorrência privada, quando transmite debates sobre assuntos da sociedade ou concursos de cultura geral em vez de telenovelas ou reality shows em horário nobre. No entanto penso que poderia ser lançado um referendo sobre o assunto, mas devidamente informado sobre o real custo para o contribuinte.
“E assim como sonho, raciocino se quero, porque isso é apenas uma outra espécie de sonho.”, Fernando Pessoa
“Nothing good ever comes of love. What comes of love is always something better” , Roberto Bolaño
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Re: Políticas para Portugal

por bogos » 21/10/2016 13:02

rodrigo.santos1 Escreveu:Toca a cortar........ups........cativar...CATIVARRRR!!! :lol:
Com cativações. E o Governo anterior fez isso algumas vezes.
Não, desculpe mas não é assim. Este Governo veio dizer que não precisava de medidas extraordinárias para cumprir confortavelmente um défice abaixo de 2,5%. E depois veio anunciar medidas extraordinárias. A de regularização de dívidas para fazer encaixe financeiro ao Estado, quando ainda há três anos foi feito um; e veio dizer que cativou de modo permanente quase 500 milhões de euros. Agora repare bem: o que é que é uma cativação permanente? Significa que havia 500 milhões que podiam não ter sido orçamentados, porque não fazem diferença nenhuma aos serviços públicos? Então gostaria de saber quais são! Quais foram as despesas do Estado que o Governo orçamentou em 500 milhões e que eram dispensáveis?

Agora vou dizer-lhe o que nós observamos. Que os hospitais estão sem dinheiro, e mais do que isso, não estão sequer autorizados a gastar nem mais um tostão a não ser com autorização da tutela (nós nem em estado de emergência decretámos semelhante medida!); as escolas têm vindo a fechar porque não têm pessoal (sobretudo assistentes operacionais) para poderem funcionar; a ministra da Justiça teve que vir dizer que a dívida operacional não punha em causa, imagine, a alimentação dos presos! E as dívidas na Saúde estão a crescer a um ritmo estonteante. Isto significa que o Governo está a empurrar com a barriga. Pode dizê-lo durante uns meses, mas isto não significa uma situação sustentável.

Prefiro que o Governo atinja a meta recorrendo a medidas extraordinárias, se for preciso. Porque o preço que todos pagaríamos por não conseguir atingir a meta era muito superior. Mas então vamos acabar com esta fanfarronice de andar a dizer que há uma outra solução, porque não há outra solução nenhuma! O Governo simplesmente está a impor uma poupança forçada aos serviços - e isso significa que, das estradas aos hospitais, até às escolas e prisões que o Estado está sem dinheiro e está a prestar um mau serviço que não é sustentável para futuro.


Pergunta do dia aqui no fórum:

O que é uma cativação permanente?
:lol: :lol:


É a forma polida de em bom tugalês nos dizerem:

- Já fostes....
- Xau Laura
- A ver navios
- Vira que é tudo nosso
- Good bye Maria Ivone

Para quando uma operação destas séria, no corte das gorduras do estado, vulgo, salarios, pensões.....tou na gosma...claro.....imaginem lá essa possibilidade..... seria o fim da sociedade socialista.....

Assim é preferivel sempre assistir a mais uma falência. Venha ela....mas devagar, para ter tempo de salvaguardar o pouco guito que me resta....

Ate acho que vai ja ser...trocado em dolares e tudo la fora...

Cumprimentos...e boas cativações permanentes....
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 21/10/2016 9:59

Ocioso Escreveu:
Tendo em conta a Constituição e que temos que reduzir o défice, que medidas tomavas, por exemplo?

Um referendo à Constituição. Aliás, se não estiver equivocado, o Marcelo deu uns "entenderes" em relação a mexidas na Constituição na tomada de posse.


É no quadro desta Constituição – que, como toda a obra humana, não é intocável, mas que exige para reponderação consensos alargados, que unam em vez de dividir – que temos, pela frente, tempos e desafios difíceis a superar.
...

http://www.presidencia.pt/?idc=22&idi=103410


Que tipo de referendo farias? Que mudanças farias na Constituição? Também concordo que pode e talvez deva ser mexida.
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Re: Políticas para Portugal

por rodrigo.santos1 » 21/10/2016 7:56

Toca a cortar........ups........cativar...CATIVARRRR!!! :lol:
Com cativações. E o Governo anterior fez isso algumas vezes.
Não, desculpe mas não é assim. Este Governo veio dizer que não precisava de medidas extraordinárias para cumprir confortavelmente um défice abaixo de 2,5%. E depois veio anunciar medidas extraordinárias. A de regularização de dívidas para fazer encaixe financeiro ao Estado, quando ainda há três anos foi feito um; e veio dizer que cativou de modo permanente quase 500 milhões de euros. Agora repare bem: o que é que é uma cativação permanente? Significa que havia 500 milhões que podiam não ter sido orçamentados, porque não fazem diferença nenhuma aos serviços públicos? Então gostaria de saber quais são! Quais foram as despesas do Estado que o Governo orçamentou em 500 milhões e que eram dispensáveis?

Agora vou dizer-lhe o que nós observamos. Que os hospitais estão sem dinheiro, e mais do que isso, não estão sequer autorizados a gastar nem mais um tostão a não ser com autorização da tutela (nós nem em estado de emergência decretámos semelhante medida!); as escolas têm vindo a fechar porque não têm pessoal (sobretudo assistentes operacionais) para poderem funcionar; a ministra da Justiça teve que vir dizer que a dívida operacional não punha em causa, imagine, a alimentação dos presos! E as dívidas na Saúde estão a crescer a um ritmo estonteante. Isto significa que o Governo está a empurrar com a barriga. Pode dizê-lo durante uns meses, mas isto não significa uma situação sustentável.

Prefiro que o Governo atinja a meta recorrendo a medidas extraordinárias, se for preciso. Porque o preço que todos pagaríamos por não conseguir atingir a meta era muito superior. Mas então vamos acabar com esta fanfarronice de andar a dizer que há uma outra solução, porque não há outra solução nenhuma! O Governo simplesmente está a impor uma poupança forçada aos serviços - e isso significa que, das estradas aos hospitais, até às escolas e prisões que o Estado está sem dinheiro e está a prestar um mau serviço que não é sustentável para futuro.


Pergunta do dia aqui no fórum:

O que é uma cativação permanente?
:lol: :lol:
 
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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 21/10/2016 2:08

Tendo em conta a Constituição e que temos que reduzir o défice, que medidas tomavas, por exemplo?

Um referendo à Constituição. Aliás, se não estiver equivocado, o Marcelo deu uns "entenderes" em relação a mexidas na Constituição na tomada de posse.


É no quadro desta Constituição – que, como toda a obra humana, não é intocável, mas que exige para reponderação consensos alargados, que unam em vez de dividir – que temos, pela frente, tempos e desafios difíceis a superar.
...

http://www.presidencia.pt/?idc=22&idi=103410
 
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 21/10/2016 1:52

Ocioso Escreveu:O desemprego e subemprego jovem, parece-me, são o grande problema. É uma situação grave e poderá vir a ser perigosa. O OE deveria atribuir uma fatia maior as gerações mais novas, sem investimento não há crescimento, não há emprego. Uma resposta europeia seria o ideal, sem ela teremos de repensar a distribuição da despesa do Estado. Portugal necessita de capital, através de dívida estamos limitados, temos de atraí-lo. Os reformados franceses saem de França e vêm para cá. Porquê? Porque foram tomadas medidas para tal…

Quando tens riqueza podes implementar um regime social-democrata e a sociedade beneficiar, quando tens dívida, se o implementas, distribuirás apenas contas para pagar.


Tendo em conta a Constituição e que temos que reduzir o défice, que medidas tomavas, por exemplo?
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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 21/10/2016 1:42

O desemprego e subemprego jovem, parece-me, são o grande problema. É uma situação grave e poderá vir a ser perigosa. O OE deveria atribuir uma fatia maior as gerações mais novas, sem investimento não há crescimento, não há emprego. Uma resposta europeia seria o ideal, sem ela teremos de repensar a distribuição da despesa do Estado. Portugal necessita de capital, através de dívida estamos limitados, temos de atraí-lo. Os reformados franceses saem de França e vêm para cá. Porquê? Porque foram tomadas medidas para tal…

Quando tens riqueza podes implementar um regime social-democrata e a sociedade beneficiar, quando tens dívida, se o implementas, distribuirás apenas contas para pagar.
 
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 21/10/2016 0:37

Ocioso Escreveu:Como é que tu testas os factos históricos para saberes que são verdade? História não é Física. Os US financiaram os Talibãs… (não sei se é a "verdadeira" verdade ou umas das "falsas"… :mrgreen: )


História não é fisica, mas nesse exemplo do Marx, por exemplo, a revista existe, onde ele supostamente escreveu. Os escritos dele existem em bibliotecas. Porque não consultar directamente? O que aconteceu deixou alguma marca no mundo pela qual podes descobrir a real verdade. Há sempre um rasto da verdade. Costuma-se dizer que vem sempre ao cimo, como o azeite na água.
Acho que se percebe que essa é verdade de duas formas: recolher informação no local, pesquisas no próprio Afeganistão, em registos que tenham ficado, etc. E por outro lado, pela lógica. Obviamente que os talibãs podem muito bem ter sido financiados para combater a URSS que invadia aqueles territórios na Guerra Fria.

Se é regulada, é a verdadeira "verdade". Como é regulada em todos os países, a "verdadeira" verdade é universal e não existem as "falsas" verdades. Sim?


Estou a perceber onde queres chegar. Não precisa de ser o Estado a regular. Pelo que sei os reguladores, por exemplo da economia, são independentes. Porque não o podem ser? Os tribunais também são, supostamente. Por exemplo, e já aqui falei disso, acho uma vergonha dizerem que Colombo era português nos livros de História. Quem faz os livros não é o Estado. Mas quem os faz devia ser regulado para não dizer mentiras destas.


Não estou irritado, até gosto bastante deste tipo de discussões, mas preferia que fosse para os dois lados e não uma entrevista feita a mim. :mrgreen: As perguntas que me fizeste, sobre o que está mal em Portugal e como resolver, gostava sinceramente de saber as tuas respostas a elas. :wink:
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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 21/10/2016 0:29

JohnyRobaz Escreveu:E já agora gostava que respondesses tu próprio a essas perguntas todas.

Estou a irritar-te? :mrgreen:
Jonhy, não te aborreças comigo, eu até simpatizo contigo. ;)
Quais perguntas?
 
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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 21/10/2016 0:23

Estamos a conversar ou a desconversar? Regulação de obras históricas e culturais que se baseiem em factos. Que regulem e verifiquem a veracidade desses factos com base em provas. Obviamente nunca atinges a optimização a 100%, também são condenadas pessoas inocentes, mas creio que concordamos que não é essa a maioria significativa. Ou não? Ou também achas que foram os americanos a deitar abaixo as Torres Gémeas?

Como é que tu testas os factos históricos para saberes que são verdade? História não é Física. Os US financiaram os Talibãs… (não sei se é a "verdadeira" verdade ou umas das "falsas"… :mrgreen: )

Por quem é regulada em todos os países do mundo?

Se é regulada, é a verdadeira "verdade". Como é regulada em todos os países, a "verdadeira" verdade é universal e não existem as "falsas" verdades. Sim?
 
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 21/10/2016 0:20

E já agora gostava que respondesses tu próprio a essas perguntas todas.
“E assim como sonho, raciocino se quero, porque isso é apenas uma outra espécie de sonho.”, Fernando Pessoa
“Nothing good ever comes of love. What comes of love is always something better” , Roberto Bolaño
"A ciência e o poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, senão quando se lhe obedece." Francis Bacon
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 21/10/2016 0:01

Ocioso Escreveu:
Com provas. Os tribunais costumam usar essas coisas, por exemplo. Porque é que uma regulação não poderia usar?

Nos tribunais encontras a "verdade"? Regulação do quê?


Estamos a conversar ou a desconversar? Regulação de obras históricas e culturais que se baseiem em factos. Que regulem e verifiquem a veracidade desses factos com base em provas. Obviamente nunca atinges a optimização a 100%, também são condenadas pessoas inocentes, mas creio que concordamos que não é essa a maioria significativa. Ou não? Ou também achas que foram os americanos a deitar abaixo as Torres Gémeas?

Educação.

Regulada pelo Estado? Para transmitir aos alunos a verdadeira "verdade"?


Por quem é regulada em todos os países do mundo?
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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 20/10/2016 23:53

Com provas. Os tribunais costumam usar essas coisas, por exemplo. Porque é que uma regulação não poderia usar?

Nos tribunais encontras a "verdade"? Regulação do quê?

Educação.

Regulada pelo Estado? Para transmitir aos alunos a verdadeira "verdade"?
 
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 20/10/2016 23:40

Ocioso Escreveu:
Não vejo nisso nenhum lado positivo, pois se algo é dito como verdade, deve ser verdade, não deve ser verdade só porque gostas que seja. Acho isso verdadeiramente perigoso.

Como aferes o que é a "verdade"?


Com provas. Os tribunais costumam usar essas coisas, por exemplo. Porque é que uma regulação não poderia usar?

Para mim assim de repente? Chico-espertismo, provincianismo e baixo nível de literacia.

Que propões para combater esses "problemas"?


Educação.
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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 20/10/2016 23:32

Não vejo nisso nenhum lado positivo, pois se algo é dito como verdade, deve ser verdade, não deve ser verdade só porque gostas que seja. Acho isso verdadeiramente perigoso.

Como aferes o que é a "verdade"?

Para mim assim de repente? Chico-espertismo, provincianismo e baixo nível de literacia.

Que propões para combater esses "problemas"?
 
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 20/10/2016 23:22

Ocioso Escreveu:Johny, vê o lado positivo: entre várias versões da "verdade" podes escolher a tua, quando te dão apenas uma e falsa é bem pior. ;)
Quais são os principais problemas que vês na sociedade portuguesa?



Não vejo nisso nenhum lado positivo, pois se algo é dito como verdade, deve ser verdade, não deve ser verdade só porque gostas que seja. Acho isso verdadeiramente perigoso.

Para mim assim de repente? Chico-espertismo, provincianismo e baixo nível de literacia.
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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 20/10/2016 23:05

Johny, vê o lado positivo: entre várias versões da "verdade" podes escolher a tua, quando te dão apenas uma e falsa é bem pior. ;)
Quais são os principais problemas que vês na sociedade portuguesa?
 
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 20/10/2016 22:27

Caro Ocioso, partilho da generalidade das tuas preocupações. Na questão de haver mais ou menos Estado, temos países onde mais Estado funciona bem e outros onde funciona mal. Depende dos valores e da educação e formação cultural das pessoas. Não acho que haja uma solução directa nem fácil, e concordo totalmente que tem que haver uma resposta europeia a este problema.

Quanto ao Marx, apenas me intrigou que ele tivesse dito isso, fui pesquisar e parece que ele não disse. Acho mal o senhor do documentário ter feito isso. E eu tenho um especial ódio por desinformação. É um grande problema com que nos deparamos, e que dá em resultados como o Brexit ou sucesso do Trump, por exemplo. Esperemos que não venha a dar em coisas piores. Uma pessoa consegue encontrar na internet "verdades" diferentes e mesmo contraditórias, o que significa que há mentiras contadas como sendo verdades e isto origina desinformação. Uma autêntica lavagem cerebral para desviar as pessoas num certo sentido. A liberalização da informação sem qualquer regulação da sua veracidade é algo que considero perigoso e um dos maiores problemas desta nova era. Foi só por isso que te perguntei o que perguntei. :wink:
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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 20/10/2016 6:49

Johny,

A mensagem que tentei transmitir, através do documentário, é que, no entender de quem o realizou, existiam semelhanças entre os regimes Soviético e Nazi. Quanto ao Marx, não sei se ele escreveu "dá beijinhos", ou "dá palmadas", ou "dá tiros", mas o resultado final, obtido pelos seus seguidores, foi horrendo. (Já não sei onde, mas li que o Marx "investiu" a sua herança na compra de armas para dar a uns tipos para fazerem uma revolução. O socialismo cientifico era diferente do utópico…) Para mim, o relevante são as características comuns de ambos os regimes, não se Hitler leu ou não Marx. Eu não culpo o Marx pela loucura do Hitler e do Stalin.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Bolcheviques e nazis chegaram ao poder em tempos difíceis para as populações e a História tem o desagradável hábito de se repetir. A Europa é uma bomba-relógio e nada se faz para a desactivar. A política europeia é feita pelos mais velhos para os mais velhos, dos que têm para os que têm, aos jovens dizem para estudar: mestrado; doutoramento; pós-doc., para no final não terem trabalho, não podendo sair de casa dos pais e constituir família, mais 10 anos assim e serão revolucionários (nem todos têm pais ricos e boas heranças a receber). Divisão europeia entre credores e devedores. Extrema esquerda (Sul) e extrema direita (Norte) têm cada vez mais simpatizantes. Em Portugal, na minha opinião, temos dois deputados "pop": Galamba e Mortágua. O que têm em comum? Geração, ideologia política, educação superior, teóricos (sem experiência prática), dificilmente teriam uma remuneração no privado semelhante à que recebem actualmente, etc. Existem milhares de jovens que se podem rever neles, excepto no salário. Se quiserem seguir carreira política têm por onde garantir votos, bastará soltarem as palavras que a geração que não acredita nos actuais políticos e se sente traída por eles quer ouvir: "Eu sou um de vós", "Mais emprego" e "Melhores salários". Quais são os deputados "pop" da direita?…

E precisa Portugal de mais Estado, de mais socialismo, para conseguir melhores condições de vida para as novas gerações? Não! Mais Estado :arrow: mais dívida :arrow: mais juros :arrow: mais impostos :arrow: menos investimento :arrow: menos crescimento. Irá Portugal ficar mais liberal? Não! Os mais velhos são conservadores, querem o seu salário, a sua pensão e o seu SNS, os mais novos são em menor número, muitos não votam e, contrariamente aos seus próprios interesses, querem que o Estado lhes dê, também, umas moedinhas. Deveria Portugal ter um socialismo diferente? Quem beneficia com este regime? Quem sai prejudicado? Quem mais necessita é quem mais recebe? Acesso à saúde e educação de qualidade para todos obriga a que os profissionais dessas áreas sejam, na sua maioria, funcionários públicos? Deveriam os deputados eleitos por um distrito eleitoral ter necessariamente de morar ou trabalhar nesse distrito? O exercício de qualquer cargo político deveria estar limitado a um máximo de, por exemplo, dois mandatos? Etc, etc, etc...

Por falar em Mortágua: "Temos de perder a vergonha de ir buscar a quem está a acumular dinheiro". Muito se falou e escreveu sobre o assunto, mas o que ela disse é o que muitos pensam, principalmente, mais uma vez, os jovens, que não têm emprego ou ganham 600 paus, que olham para os mais velhos (sobretudo do sector público) relativamente confortáveis com o seu emprego ou pensão e sabem que não terão o mesmo no futuro. Que pensarão os jovens professores desempregados ou com poucas horas atribuídas dos do quadro ou daqueles que já se reformaram? Pois claro que para se ir buscar algo é onde há, haveria de ser onde não há?! O problema é que o que há é pouco e não chega…

Se a Zona Euro não avançar com um programa de investimentos de grande dimensão no futuro próximo, Portugal terá de liberalizar a economia para atrair capital. Se nenhum dos dois ocorrer, haverá estagnação económica e possivelmente declínio. Sair do Euro, sem apoio internacional, será o caminho para uma ditadura e miséria.

A "bomba" segue abaixo:
Anexos
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Re: Políticas para Portugal

por rodrigo.santos1 » 20/10/2016 6:44

deve ser por isso que os pobres emigram dos US em massa para Portugal ou Venezuela. :lol: :lol:

para melhorar de vida. oh wait...é o contrário. :lol:


Já Portugal e a Venezuela tem carradas de intervenção do estado, e os pobres estão a adorar. A amar. :lol: :lol: :lol:
Editado pela última vez por rodrigo.santos1 em 20/10/2016 6:50, num total de 1 vez.
 
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 20/10/2016 3:04

"Israel and the US have the highest poverty rates among OECD countries, according to this year’s Society at a Glance.

In both cases the problem appears to center around the lack of government intervention."

http://blogs.ft.com/ftdata/2016/10/19/y ... ped-world/
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 19/10/2016 23:53

Ocioso Escreveu:
JohnyRobaz Escreveu:Ocioso, já vi um pouco desse docmentário dos soviéticos (e eu odeio esse período negro da política russa, dominada por um dos maiores assassinos da história, Stalin).
Acreditas em tudo o que é dito lá? Principalmente nas partes que se referem ao Marx?

Boas Johny, podes especificar?


Segundo o vídeo:

"The classes and the races too weak to master the new conditions of life must give way… They must perish in the revolutionary holocaust"
- Karl Marx ( Marx People’s Paper, April 16, 1856, Journal of the History of Idea, 1981 )

Encontrei este "desmentido":

3.1. Karl Marx calling for “the revolutionary Holocaust”
According to the authors of the fi lm, Karl Marx, the founder of Marxism,
called for destruction of small nations. The following text appears
against the portrait of Marx: “Classes and races, too weak to cope with new
conditions of life, must give way... They must “disappear in the revolutionary
Holocaust”. Karl Marx”. Two references are given: to Marx’s article in
“The Peoples Paper” dated April 16, 1853 and, for some reason, to “Journal
of the History of Ideas”, Issue 1 of 1981.
All this seems solid and should convince the viewer of veracity of the
fi lm’s authors’ claims. However, striking facts show up if we check these
sources.
To begin with, Marx’s article on April 16, 1953 was published in “The
Peoples Paper” indeed. But it did not contain words about “classes and
races”, which should give way to somebody. As a matter of fact, the article
is concerned with general economic problems:
“Feeling their empty pockets, our readers have a bitter experience of their
own, and see that on the shoulders of the nation a debt burden of 800000000
pounds was put as a result of past fi nancial machinations – Marx wrote. –
The debt was made primarily to prevent the liberation of American colonies
and counter the French Revolution of the previous century...”
Verifi cation of the second quotation regarding the “revolutionary Holocaust”
brings us to the article “The Magyar Struggle”, published January 13,
1849 in the newspaper “Neue Rheinische Zeitung”. However, the author is
Engels, not Marx, and the words about the “revolutionary holocaust” can
not be found there also. Engels wrote about “revolutionary” and “counterrevolutionary”
nations, the former viable by their nature, whereas the latter
are not:
The year 1848 fi rst of all brought with it the most terrible chaos for Austria
by setting free for a short time all these different nationalities which, owing to
Metternich, had hitherto been enslaving one another. The Germans, Magyars,
Czechs, Poles, Moravians, Slovaks, Croats, Ruthenians, Rumanians, Illyrians
and Serbs came into confl ict with one another, while within each of these
nationalities a struggle went on also between the different classes. But soon
order came out of this chaos. The combatants divided into two large camps: the
Germans, Poles and Magyars took the side of revolution; the remainder, all the
Slavs, except for the Poles, the Rumanians and Transylvanian Saxons, took
the side of counter-revolution.
How did this division of the nations come about, what was its basis?
The division is in accordance with all the previous history of the nationalities
in question. It is the beginning of the decision on the life or death of all these
nations, large and small.
All the earlier history of Austria up to the present day is proof of this
and 1848 confi rmed it. Among all the large and small nations of Austria,
only three standard-bearers of progress took an active part in history, and still
retain their vitality — the Germans, the Poles and the Magyars. Hence they
are now revolutionary.
All the other large and small nationalities and peoples are destined to perish
before long in the revolutionary world storm. For that reason they are now
counter-revolutionary...
There is no country in Europe which does not have in some corner or other one
or several ruined fragments of peoples, the remnant of a former population that
was suppressed and held in bondage by the nation which later became the main
vehicle of historical development. These relics of a nation mercilessly trampled
under foot in the course of history, as Hegel says, these residual fragments
of peoples always become fanatical standard-bearers of counter-revolution and
remain so until their complete extirpation or loss of their national character,
just as their whole existence in general is itself a protest against a great historical
revolution.
Such, in Scotland, are the Gaels, the supporters of the Stuarts from 1640
to 1745.
Such, in France, are the Bretons, the supporters of the Bourbons from
1792 to 1800.
Such, in Spain, are the Basques, the supporters of Don Carlos.
Such, in Austria, are the pan-Slavist Southern Slavs, who are nothing
but the residual fragment of peoples, resulting from an extremely confused
thousand years of development. That this residual fragment, which is likewise
extremely confused, sees its salvation only in a reversal of the whole European
movement...
The Magyar cause is not in such a bad way as mercenary black-and-yellow
colours of the Austrian fl ag] enthusiasm would have us believe. The Magyars
are not yet defeated. But if they fall, they will fall gloriously, as the last heroes
of the 1848 revolution, and only for a short time. Then for a time the Slav
counter-revolution will sweep down on the Austrian monarchy with all its
barbarity, and the camarilla will see what sort of allies it has. But at the fi rst
victorious uprising of the French proletariat, which Louis Napoleon is striving
with all his might to conjure up, the Austrian Germans and Magyars will be
set free and wreak a bloody revenge on the Slav barbarians. The general war
which will then break out will smash this Slav Sonderbund and wipe out all
these petty hidebound nations, down to their very names.
The next world war will result in the disappearance from the face of
the earth not only of reactionary classes and dynasties, but also of entire
reactionary peoples. And that, too, is a step forward.
Today Engels’s viewpoint may seem outrageously politically incorrect,
but in the middle of the XIX century the idea of “historical” and “nonhistorical”
nations was common. It was fi rst voiced by Hegel, who based
his philosophy of history on the principle of the world progress to be accomplished
by Germans and Anglo-Saxons. This, however, does not imply
that Hegel called for destruction of any nations. Engels does not call for
destruction of “counterrevolutionary” nations either; he merely predicts
that these peoples will be destroyed during a world war by those opressed
“ progressive” nations.
As we can see, the authors of the fi lm have jumbled and distorted statements
of Marx and Engels beyond recognition. This was made in order
to convince the viewer that the Holocaust, i.e the murder of people, was
estimated positively in the Soviet Union. However, no proof of that is avail-
able. Moreover, it is common knowledge that the Soviet leaders’ approach
to interpreting the works of Marx and Engels was rather utilitarian.
Thus, in July 1934, Stalin found it inappropriate to publish Engels’s article
“The foreign policy of Russian tsarism” in the “Bolshevik” magazine
and exposed it to serious criticism.37 In August of the same year he wrote:
“The fact that Engels has been our teacher can be questioned only by idiots.
But this does not necessarily follow that we should conceal Engels’s mistakes,
that we should hide them and – even more so – pass them off as indisputable
truth. Such a policy would have been the policy of lies and deception. Nothing
is so contrary to the spirit of Marxism and the precepts of Marx and Engels,
as such policy, unworthy of Marxists. Marx and Engels themselves said that
Marxism was not a dogma, but a guide for action. This explains that Marx
and Engels themselves repeatedly revised and complemented some statements in
their works “.
“E assim como sonho, raciocino se quero, porque isso é apenas uma outra espécie de sonho.”, Fernando Pessoa
“Nothing good ever comes of love. What comes of love is always something better” , Roberto Bolaño
"A ciência e o poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, senão quando se lhe obedece." Francis Bacon
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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 19/10/2016 23:32

JohnyRobaz Escreveu:Ocioso, já vi um pouco desse docmentário dos soviéticos (e eu odeio esse período negro da política russa, dominada por um dos maiores assassinos da história, Stalin).
Acreditas em tudo o que é dito lá? Principalmente nas partes que se referem ao Marx?

Boas Johny, podes especificar?
 
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 19/10/2016 22:55

Ocioso, já vi um pouco desse docmentário dos soviéticos (e eu odeio esse período negro da política russa, dominada por um dos maiores assassinos da história, Stalin).
Acreditas em tudo o que é dito lá? Principalmente nas partes que se referem ao Marx?
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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 19/10/2016 21:27

 
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