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Re: 2024 – tempos de fartura, tempos de crise!!

MensagemEnviado: 8/1/2024 23:19
por djovarius
Ora viva,

O mercado acionista teve mesmo um bom ano. Claro que esse ano bom foi apenas para eliminar perdas do anterior.
Mas é claro que, vamos ao exemplo do SPX, nominalmente estamos perto de máximos, mas descontado o efeito da inflação, em vez de 2%, precisamos de 8 a 10% para que o SPX "real" volte a máximos.
Mas não há bear market nenhum nos índices ocidentais. O Hang Seng é outro caso....

Em relação às OT a 4%, eu não me refiro aos nossos investimentos de "grão de areia". Eu falo dos grandes tubarões que, por exemplo, apanham um título a dez anos a 4%, vão com ele até à maturidade, fazem 40% num período em que a soma da inflação pode nem passar de 25% - tem sido assim desde os anos setenta. Eles ficam mais ricos, enquanto os pagadores de hipotecas a 8% (Reino Unido, por exemplo) ficam mais pobres.
E, sim, os detentores de imóveis (alguns) também ficam.

Por isso, tempo de fartura para detentores de certos ativos, tempos de crise para os outros. Por muito que falem em sociedades "justas" e "igualitárias"... o resultado dessa conversa é :cry: :cry: :cry: :cry: :cry:

Abraço
dj

Re: 2024 – tempos de fartura, tempos de crise!!

MensagemEnviado: 5/1/2024 19:44
por BearManBull
djovarius Escreveu:Ou até ações compradas há um ano no fim das quedas, entre outros exemplos.


Bem o mercado accionista foi dos mais prejudicados se consideras a inflação temos um bear market.


Os grandes beneficiários foram os ricos com activos mobiliários e com divida. E os estados., este foi o imposto one time shot que tanto se falava.

OT a 4% não chega para pagar o aumento do azeite...

Re: 2024 – tempos de fartura, tempos de crise!!

MensagemEnviado: 5/1/2024 17:40
por Opcard
Nós países ricos são os pobres que exploram os ricos ou vivem do talento dos ricos criadores de verdadeira riqueza , num país como a Índia serão os ricos a explorar os pobres .

Um condutor de autocarro em Estocolmo ganha 15 vezes mais que um condutor em Nova Díli , este é muito mas competente tecnicamente mais capacitado capaz de conduzir no meio de animais e trabalha mais horas por isso devia ser ele a ganhar 10 vezes mais .

A globalização é um risco no ocidente porque muitos virão para explorar os nossos ricos e classe média ficará com menos , já está a ficar .

Re: 2024 – tempos de fartura, tempos de crise!!

MensagemEnviado: 5/1/2024 17:24
por djovarius
BearManBull Escreveu:Penso que o titulo deveria ser a Ilusão da fartura em tempos de crise.


Boas, não, não me enganei, queria mesmo dizer "tempos de fartura, tempos de crise".
Este ambiente não é de crise para todos. Como sempre, mas sempre ocorre nestas ocasiões, assiste-se a uma transferência de valor dos pobres para os ricos. Não há um ambiente de harmonia, em que todos (quase) conseguem crescer em maior ou menor escala.

Hoje, é possível, graças ao "cash", que já pode dar rendimento positivo, sustentar esta teoria. Ou ter OT a 4% (yield) que podemos levar até à maturidade. Ou até ações compradas há um ano no fim das quedas, entre outros exemplos. É fartura em maior ou menor escala. Nem falo sequer de dividendos de certas empresas, que são muito bons.

Para muitos outros é a crise... perda de rendimentos reais, sem ter maneira de combater esse destino. A inflação é uma das causas para isto...

Abraço

dj

Re: 2024 – tempos de fartura, tempos de crise!!

MensagemEnviado: 3/1/2024 16:50
por MarcoAntonio
A tag não funciona com os shorts, é melhor colocar o endereço sem tag.

Re: 2024 – tempos de fartura, tempos de crise!!

MensagemEnviado: 3/1/2024 16:38
por BearManBull
[youtube]https://www.youtube.com/shorts/fSDdzhiPJgs[/youtube]

Re: 2024 – tempos de fartura, tempos de crise!!

MensagemEnviado: 3/1/2024 10:29
por BearManBull
Sim o sistema de pensões é insustentável com o aumento da idade média.

Os negacionistas esquecem-se das constantes reformas que têm sido feitas e usam o termo "tornar o sistema mais justo" um eufemismo...


A Europa também tem reduzido actividade industrial principalmente as mais poluentes como meio de dar aparência de ser mais verde. Na verdade fez-se apenas uma transferencial do problema.

The EU cement industry in 2006 represented 10.5% of total world production. This decreased to 5.6% of world production in 2011 (195.5 Mt) however. Large cement plants produce some 4 000 tonnes of cement per day.

Re: 2024 – tempos de fartura, tempos de crise!!

MensagemEnviado: 3/1/2024 9:49
por Opcard
BearManBull Escreveu:De certeza que existe desglobalização?

Então quem é que vai trabalhar? Os Europeus? :lol:



Importaremos trabalhadores aos milhões , ou se formos inteligentes não apostamos em fábricas com chaminés e exportamos as actividades para países terceiros onde exista mão de obra .

Os imigrantes também envelhecem e terão de receber pensão um pouco mais tarde só vai adiar o problema .

Quando temos uma população envelhecida ha 2 caminhos o europeu o que estamos a fazer e o japonês .

O Japão optou por uma abordagem oposta a da Europa , não recebe imigrantes exporta a sua actividade para países terceiros que assumem os custos sociais com esses trabalhadores recebe os lucros que pagam a pensão dos pensionistas japoneses .

Re: 2024 – tempos de fartura, tempos de crise!!

MensagemEnviado: 3/1/2024 0:38
por BearManBull
De certeza que existe desglobalização?

Então quem é que vai trabalhar? Os Europeus? :lol:

Re: 2024 – tempos de fartura, tempos de crise!!

MensagemEnviado: 3/1/2024 0:32
por BearManBull
Opcard Escreveu:Os bancos centrais são donos dos nossos destinos


Nada é eterno especialmente nos mercados.

Neste momento existiu pelo menos um travão no crescimento e considerando a inflação os mercados valem muito menos agora do que há 3 anos.

Pior que o capital está mais concentrado.

Re: 2024 – tempos de fartura, tempos de crise!!

MensagemEnviado: 3/1/2024 0:28
por BearManBull
Penso que o titulo deveria ser a Ilusão da fartura em tempos de crise.

Re: 2024 – tempos de fartura, tempos de crise!!

MensagemEnviado: 2/1/2024 17:44
por Opcard
Os bancos centrais são donos dos nossos destinos e há sempre liquidez sempre que o Banco queira .

Se o Paulo Coelho fez um best-seller com o alquimista Santiago , quantos best-sellers poderia fazer com o poder dos governadores dos bancos centrais .

A sério penso que os bancos centrais encontraram o Elixir na longa vida dos mercados chegarão ao Céu, estou a ser sincero nada para o mercados, vencida a pandemia , vencida a guerra , 2 candidatos da 4.ª idade nos USA os mercados são invencíveis , ainda está para nascer a crise que possa parar os mercados a todos que inventaram a valorização continua o meu obrigado .

Estou com a ideia de vender a totalidade das minhas ações porque isto deixou ser
excitante .

Re: 2024 – tempos de fartura, tempos de crise!!

MensagemEnviado: 2/1/2024 17:06
por Lisboa_Casino
djovarius Escreveu:Agora, sim, tudo enviado!! Está aberta a discussão aos participantes.

Abraço

dj


Enquanto houver liquidez para queimar,

A festa não vai parar !

Maravilhoso mundo dos ETFs !

Um ano de ajustamentos de "carga" entre o futuro e a realidade !

Um ano para trocar o Growth pelo truth !

Um ano à Lisboa "antiga" !


Vitor Pereira Reseach

" I SPIK da TRU"

https://www.bing.com/videos/riverview/r ... &FORM=VIRE

Abco

Re: 2024 – tempos de fartura, tempos de crise!!

MensagemEnviado: 2/1/2024 15:25
por djovarius
Agora, sim, tudo enviado!! Está aberta a discussão aos participantes.

Abraço

dj

Re: 2024 – tempos de fartura, tempos de crise!!

MensagemEnviado: 2/1/2024 15:23
por djovarius
(Retomando a série de gráficos...)

Re: 2024 – tempos de fartura, tempos de crise!!

MensagemEnviado: 2/1/2024 14:55
por djovarius
(mais gráficos daqui a pouco tempo :P )

2024 – tempos de fartura, tempos de crise!!

MensagemEnviado: 2/1/2024 14:00
por djovarius
Viva, eis o tópico de análise num novo tempo que começou!

Há exatamente um ano atrás, lamentava-me das dificuldades em analisar os ciclos dos mercados, sobretudo depois da desagradável surpresa de Fevereiro de 2020, a tal que nos trouxe das mais rápidas derrocadas de sempre, logo seguida da mais rápida (e forte) recuperação. Eram os tempos da majestosa liquidez que acabaram como sabemos.

Nunca mais os analistas ficaram tão certos sobre as suas próprias análises como antes, mas algo continua bem válido. Esta década está mesmo a ser marcada, como sempre pensei, por instabilidades de diversa índole, as quais parecem mesmo capazes de se multiplicar ao longo do tempo. Temos mais guerras, mais “stress” na esfera geo-política internacional, maiores divisões políticas, enfim, sociedades muito pouco consensuais.
Neste contexto, quem poderia adivinhar mercados com tanta força (ainda que com instabilidade e volatilidade aqui e ali), tamanho otimismo e resiliência?

Quem poderia acreditar que, no fim de 2023, teríamos o maior mercado do mundo com tão baixo desemprego, inflação controlada e crescimento acima do esperado, sobretudo num contexto de taxas de juro reais positivas? Quem poderia acreditar que a queda de alguns Bancos (no mesmo mercado) e a crise do imobiliário comercial não tivesse consequências de maior? Pelo menos, para já, nada leva a crer que essas situações trarão graves problemas.

O mais interessante é a desconexão entre mercados e dinâmicas: se nos EUA tudo parece ir “rolando” mais ou menos, a China não está a conseguir dinamizar a Economia como desejava (aí sim, o imobiliário tem sido um problema) e a Europa, apesar da menor inflação, parece ter entrado em estagnação (veremos se será recessão) e até o desemprego poderá subir. A Alemanha é um bom exemplo para os restantes.
Curiosamente, os mercados têm sido “honestos” perante esta realidade. Há mais otimismo nos mercados norte-americanos, algum otimismo na Europa e Japão e bem menos noutros mercados. O fenómeno da desglobalização é real, embora nunca se possa falar nisso como algo sério. É um fenómeno real, mas parcial, portanto, nunca mais teremos um mundo económico-financeiro de “ilhas isoladas” que se degladiam entre si. Tudo o que passa afeta todos de uma forma ou de outra.

Mesmo com tanto otimismo, não nos podemos esquecer de uma certa bipolaridade nestes mercados. No Verão, vivíamos no melhor dos mundos, mas logo tivemos dois meses em que tudo parecia perdido, apenas para terminarmos o ano com mais dois meses de quase euforia. No fim das contas, 2023 anulou praticamente as perdas do ano transato, tendo até nalguns casos excedido tudo, atingindo máximos históricos, como se viu em diferentes índices acionistas tão díspares como DAX, B3 ou DJIA.

Bem, agora 2024… poderá uma simples mudança na folha do calendário trazer grandes surpresas ou avultadas mudanças?
Há um ano atrás usámos esta frase: “Enfim, depressa muda o “zeitgeist” nestes tempos de agitação e confusão”.
Foi o que se passou nos mercados, creio que nada vai mudar. Os mercados continuarão instáveis, ainda que os touros sejam mais fortes ao final do dia. Em vez de uma guerra, têm agora os especialistas-comentadores duas guerras para analisar. A ver vamos se não terão mais ainda. Tudo está em aberto nesta fase. As relações internacionais já conheceram melhores dias ao mesmo tempo que as políticas internas mostram um elevado grau de animosidade. Termos processos eleitorais bem complexos em todo o lado, não apenas nos EUA, mas na Europa e um pouco por todo o lado.

O que importa reter é a manutenção dos juros elevados. No atual contexto, os mercados acreditam que os juros básicos vão finalmente descer. No ano passado foi fácil essa análise: os juros teriam que subir até que a taxa de inflação desse sinais de estabilidade. Na realidade, após um pico bem elevado, ocorreu a inversão em baixa, situação que levou a uma paragem da subida dos juros, algo animou os mercados, provavelmente mais do que se esperava, mais do que seria normal. Em boa verdade, ainda é possível uma ligeira subida da taxa de inflação (efeito ano novo), antes de novas descidas. Esse provável cenário deverá levar a que o objetivo de inflação baixa ainda demore, pelo que os Bancos Centrais terão muito pouca margem para a tão esperada descida dos juros. Os mercados esperam por isso já na Primavera, mas, como todas as decisões estão muito dependentes de dados em tempo real, eu continuo muito cético em relação a esses “timings”. Provavelmente teremos descidas de juros só no Verão. Além de tudo isto, há fatores para lá da inflação vista isoladamente. Como estará o crescimento do PIB? Como estará o emprego? Isso vai afetar as decisões pelo que a análise mais fria deve privilegiar a incógnita. Sim, para já, não há certezas, só incógnitas. Da mesma forma, poderemos ter fenómenos que podem diferenciar a análise. O Japão, mesmo com inflação mais elevada do que seria aceitável, mantém teimosamente os juros zero (juro real altamente negativo e penalizador). Na China, há descidas pois a inflação está controlada e a Economia amorfa. Na Europa do EUR, o BCE pode ser obrigado a descer os juros se se confirmar recessão e maior nível de desemprego, ainda que a inflação (preços ao consumidor) se mantenha acima dos 2%. Finalmente, nos EUA, os juros poderão nem descer já caso a atividade económica se mantenha relativamente mais forte do que a do resto do mundo. Mesmo assim, uma vez que a subida foi mais intensa, poderá haver margem para alguns (pequenos) cortes nos juros, nem que seja para dar um sinal animador à sociedade e aos políticos que se vão confrontar.
Tudo somado, o cenário de incógnitas variadas não se deverá alterar. São as da esfera política global e os da esfera económica. E a esfera financeira global?

Esta tem sido uma boa surpresa, atendendo às ditas incertezas, ao cenário de remoção da extrema liquidez (durou 14 anos!!) e dos juros reais positivos. Na verdade, ainda existe liquidez para valorizar os ativos. Este tem sido um fator surpresa com que os mercados nos têm brindado e pode continuar a sê-lo.
Todavia, estes ganhos que eliminaram perdas imediatamente anteriores, podem também ser a “pedra no sapato” para 2024. Os mercados podem ter exagerado na antecipação dos melhores cenários. Neste caso, a margem para a valorização dos ativos de risco poderá ser agora, sim, muito diminuta. É um possível fator a ter em conta, mesmo sabendo que a tendência de alta é indiscutível neste momento. A qualquer hora isso poderá mudar. Basta que as Obrigações do Tesouro parem de se valorizar ou que as “commodities” voltem a subir. Nalgum desses casos, seria complicado sustentar as constantes valorizações dos índices acionistas.
Eis, pois o estado do mundo: à superfície parece tudo correr bem, parece que estão aí tempos de fartura, tempos de crescimento. Quando se analisa a fundo a soma de vários fatores de risco, a realidade parece sugerir perigo, ou seja, tempos de crise. Este é seguramente um tópico para retomar em meados de 2024 ou até antes. A velocidade a que a as coisas mudam pode revelar-se estonteante!!

Agora é tempo de rever o passado recente em gráficos de muitos dos ativos que fazem a diferença nos gráficos. Atenção aos comentários apensos ao próprio gráfico.